Alberto Castelli
Um estudo sociológico-filosófico-literário centrado nas consequências que a queda da filosofia positivista e da weltanschaung trouxe para o hemisfério ocidental. Uma crise de consciência sem precedentes. A era positivista, baseada num otimismo científico ilimitado, não conseguiu, no início do século, cumprir as suas promessas. A história provou-o mal: a contradição da revolução industrial revela que a evolução nem sempre é sinónimo de progresso. O desencadear do imperialismo vulgar confirma que o nacionalismo romântico se transforma facilmente num colonialismo violento, culpado de esquecer as premissas liberais através das quais deveria ter ocorrido a libertação do homem. Uma vergonha evidente sopra na consciência europeia por ter traído os ideais burgueses e por ter feito uma leitura errada da história. A ciência parece ser culpada. O intervalo 1890-1930 estende-se até ao ponto de morte, sugerindo que a origem de tudo se situa numa dimensão irracional, uma zona vaga e opaca, inalcançável a não ser através de uma epifania. A civilização ocidental está a perder-se, moldada por uma crise cultural sem precedentes. O início de uma nova era ou o fim da história?