Paulo Araujo Duarte
Os poemas mentem com a leveza de quem sabe que a verdade crua não basta. Eles adornam o real com metáforas e exageros, transformando a vida em um mosaico de ilusões sublimes. Mas suas mentiras são diferentes das comuns: não ocultam, revelam. Poemas são vozes que sussurram versos por trás de metáforas, tal como sombras dançando ao luar. Eles não querem nos enganar, mas nos puxar para perto, provocar a atenção e despertar camadas de pensamento onde raramente olhamos. A palavra simples já não basta; o poema sabe que a vida não se resume ao óbvio, então, tece seus versos com figuras sutis que abraçam nossos sentidos, nos tiram do literal e nos jogam no desconhecido.