Bicentenário Da Independência

Bicentenário Da Independência

Thiarles Soares Silva

46,75 €
IVA incluido
Disponible
Editorial:
Clube de Autores - Pensática, Unipessoal
Año de edición:
2025
Materia
Educación pedagogía
ISBN:
9786526607350
46,75 €
IVA incluido
Disponible
Añadir a favoritos

Sobre o livro Bicentenário da IndependênciaThiarles Soares Silva é um escritor brasileiro e publica seu livro de estreia no gênero ensaio/dialógico, com uma obra de não-ficção chamada Bicentenário da Independência, comemorativa pelo Bicentenário da Independência. Um trabalho que é, na intenção do autor, um diálogo aberto com a Brasilidade, dialogando com as grandes obras não-ficcionais ao povo brasileiro que ajudaram a moldar o pensamento nacional, entre elas a Carta de Achamento do Brasil e os Diálogos das Grandezas do Brasil, são obras que influenciaram a construção de um pensamento nacional e possibilitaram sua posterior independência. São obras que construíram a nacionalidade.Mas o autor denuncia um grave problema que se abateu sobre a nossa cultura; ao longo dos anos, a cultura e o senso de patriotismo brasileiro foi decaindo até o que ele considera o “silêncio abissal” em pleno bicentenário. O que era para ser o novo ápice da cultura nacional, tornou-se no decreto de seu estado moribundo. Ainda há espaço para o patriotismo no Brasil? Esta palavra ganhou ao longo do século XX conotações negativas, por isso, toda a classe falante nacional procurou se afastar dela.Eis alguns trechos que o leitor verá nesse livro que é singular na produção recente nacional:Não estou a escrever para bajular patriotas e a nenhuma corrente política. Não vim para dar tapinhas nas costas de nenhum que venha a se dizer “defensor” do bem comum ou dos interesses nacionais. Eu vim para desmascarar a falsidade que impera entre as classes falantes, sobretudo aquelas que se vendem como representantes da vontade popular. Se alguém quiser saber qual é a minha corrente de pensamento, direi que sou eu mesmo e os meus juvenis anos de vida transcorridos, imaturos e iletrados, ignorados por quaisquer “defensores da civilização” de cujas vozes ressoam nos ares muito superiores da grandiloquente cultura nacional. Mas eu creio que tenho algo a dizer para você que queira saber mais do sentido de ser brasileiro no Brasil do século XXI, e que sente seu orgulho nacional maculado pela indiferença ou mesmo complexo de vira-lata que nos impingiram nas últimas décadas: o Brasil é mais do que essa mesquinharia onipresente. Se você está aqui, é porque sentiu já no título a carência do que é ser brasileiro....O espírito de ruptura é o da recriação da nacionalidade: a cada geração, surge um grupo de intelectuais que querem recriar o sentido de nacionalidade, rompendo com o que existiu e com o que existe, e fazendo algo novo, que não existe, e que não se conecta com a história se não para difamá-la e fazê-la odiável aos brasileiros; e nesse espírito de ruptura, querem modificar a história do Brasil, fazendo ignorar ou odiar o próprio passado, ou vê-lo de modo alheio, com desdém, ao que foi realmente. O espírito de ruptura não tem fim, porque ele não pode apagar a existência dos laços humanos, por isso, ele tem que continuar atacando, de geração em geração, mesmo quando o que ele ataca já está há muito tempo morto.…Havia chegado o ano de 2022 quando percebia o problema: havia um silêncio entre aqueles que pensavam no futuro do Brasil, como que ignorando o seu passado, ou lendo o país e sua história em vista de uma política modista atual. Essa forma de ver o Brasil, a partir do presente, reinterpretando o passado, vem desde os primeiros anos de nossa independência. É que era necessário procurar uma narrativa que justificasse o discurso do momento. No começo era o discurso de se libertar de Portugal, depois o discurso de se livrar do Império, depois o discurso de se livrar da República Velha, e depois, de Vargas, e depois, da democracia; de Jango; dos militares; dos comunistas; dos revolucionários; dos esquerdistas; dos conservadores; do patriotismo; da história; do futuro; e aí chegávamos, enfim, em pleno ano de 2022, sem um alarde ou comemoração pelos 200 anos de nossa independência histórica. A pergunta foi e ainda é: por quê? Por que o silêncio constrangedor do patriotismo em pleno bicentenário ignorado pelo povo e ainda mais pelas classes falantes?…O Brasil é o País da Esperança, e o contrário da esperança é a angústia; se nós nos deixamos ser tragados pela angústia, não teremos a alegria para a esperança que adviria, porque esperança é uma confiança que age e se percebe como partícipe da vida, a angústia é um desespero, um fechar-se para ser uma luz acesa debaixo da cama. A luz ainda não pode retornar para si mesma, para o próprio umbigo, a luz é por sua natureza uma reta que se impõe ao olhar. Somos o país da esperança, mas também somos o país da angústia, de uma ansiedade que afasta a ordem do porvir e nos faz apressar para hoje o que deve ser plantado agora, e a querermos colher o que ainda não pensávamos plantarontem.…A nossa força (do Brasil) está em se adaptar, mas isto deve ser usado para criar o belo, o bom, o agradável, o útil, o que perdura para além de nós mesmos; só se faz algo assim quando se tem amor pelo próximo, quando se deseja o sucesso e a perenidade do próximo e não só de si mesmo. Não é possível construir uma sociedade perene, quando de tempos em tempos muda-se não só a roupa, como o rosto, o cabelo, os olhos, o cérebro, o corpo, a língua, a herança intelectual inteira e se ignora a história[4]. A história é na realidade o intercâmbio de tudo isto, é a memória memorável e memorizada memoravelmente. Isto se dá por meio da arte. A ciência só ajuda a aprimorá-la, mas não pode substituí-la, nem subjugá-la, como muitos cientistas sociais ou pedagogos pensavam.…A Bíblia pergunta se pode um país nascer em um só dia, se pode uma nação ser gerada de uma só vez; ora, essa pergunta possui dois sentidos, ao meu ver, um negativo e outro positivo: não, não pode nascer em um só dia, um país leva tempos e tempos para nascer e se desenvolver, este tempo é de gerações, séculos, e um senso de comunidade muito forte alicerçada por uma cultura comum, de nível superior ao inferior, como um influxo que recai dos grandes aos pequenos; sim, pode, um país já nascer com o seu sentido de nacionalidade, restando às futuras gerações apenas o compreender mais e mais este sentido, participando de sua construção. Ambos os casos estão certos, e em ambos os casos se realiza no Brasil.…É caro para um brasileiro viajar e conhecer sua própria terra, vizinha ou outra qualquer, o que dirá de outros estados, não é raro um brasileiro do Sudeste ou Nordeste que só conheça a Amazônia pela televisão ou pelo “ouvir falar”, o mesmo se dá com o Nordeste, que já se tornou para o povo que vive no Sudeste, um lugar quase mítico de pobreza, humor e rudimento sertanejo, apesar dos milhares de nordestinos que vivem no Sudeste, mas também eles sofrem da mesma limitação e vivem dos estereótipos, antes reforçando-os que sanando-os. Para o habitante do Sul do Brasil, ver aterradoramente a quase barbaridade que são outras regiões do país para ele, o faz desejar menos ainda conhecer o continente em que vive, achando que basta estar onde está, e no máximo conhecendo o seu próprio estado ou os vizinhos. De fato, os sulistas conhecem melhor a si mesmos que os de outras regiões consigo mesmos, mas todos são igualmente alienados entre si, e o outro só é conhecido por estereótipos, e tendo as novelas da televisão como intermediário para se imaginar conhecer o país. Em tal estado de coisas não devemos nos admirar de tamanha alienação.…Como já falávamos, se formos buscar as raízes desse deserto mudo e ensurdecedor, que paira no deserto de ideias que se tornou o Brasil, ideias quais miragens a cruzar dunas infinitas, sem propósito algum que não o empobrecimento e imbecilização de toda a gente, veremos que são os intelectuais brasileiros os culpados em primeira via desta estupefata situação de angústia[1]. São eles, com seus livros e ideias bajulatórias para tudo o quanto se convém chamar de arte e sublime, quando não são, que com sua ignorância histórica e raciocínios falsos, levam a este espírito de alienação, que leva até mesmo o Estado Brasileiro a ignorar uma decente coordenação comemorativa pelos duzentos anos do país. E aqui, vale nos desdobrarmos para o curioso fenômeno de um governo patriota que não fomentou o patriotismo:…O Estado Brasileiro foi então de gargalo em gargalo, entrando numa depressão que mais indica a doença do que o vigor de suas instituições. Se para que o país dê importância a alguma coisa que tem importância nacional, precisa do aval da mídia, este país efetivamente está acabado ou nunca existira de fato.…Conforme já foi dito, a mídia foi sempre muito valorizada no Brasil, desde sua independência, mas no momento que ela adoeceu, também adoeceu o Brasil junto com ela, e adoeceu porque o Brasil já estava doente antes. Deveríamos falar porque adoeceu, que doença é esta que fez com que a mídia, isto é, os meios de divulgação social e cultural do Brasil, adoecesse, caísse de nível, para em seguida adoecer quem dela se alimenta, a saber: a Academia, escola, Estado, governo, artistas; para depois vermos se há ainda uma esperança para este colapso cognitivo nacional.…No futuro, este livro cumprirá seu objetivo: será a testemunha do silêncio, e de um patriotismo doente e moribundo, de um Brasil que completava duzentos anos de independência, como que invadido pelos bárbaros de dentro e pelos bárbaros de fora, todos como pretensos defensores do povo brasileiro, este alineado como sempre, e como todo povo é. Mas a maior defesa de um povo é a de sua própria inteligência, e se esta é pautada por modismos midiáticos, então não se tem defesa nacional alguma. A batalha entre os intelectuais do corpus separatum brasílico e o estamento burocrático brasileiro continuará, na virada do terceiro século pátrio, pela verdadeira independência da pátria.“...Mas para que nesta parte magoemos ao Demônio, que tanto trabalhou e trabalha por extinguir a memória da Santa Cruz e desterrá-la dos corações dos homens, mediante a qual somos redimidos e livrados do poder de sua tirania, tornemo-lhe a restituir seu nome e chamemo lhe Província de Santa Cruz, como em principio… porque na verdade mais é destimar, e melhor soa nos ouvidos da gente Cristã o nome de um pão em que se obrou o mistério de nossa redenção que o doutro que não serve de mais que de tingir panos ou cousas semelhantes.” Pêro de Magalhães Gândavo, História da Província de Santa CruzE assim exposto fragmentos do que há no livro, entre muitas outras coisas e aprofundamentos, o leitor poderá mergulhar no estado da cultura brasileira atual.

Artículos relacionados

  • Beekeeping At The End Of The Earth
    Mark David Leech
    Beekeeping at the End of the Earth, an essential read for learning about beekeeping in a cool temperate climate with a focus on Tasmania our island home.  One hundred beekeepers one hundred different ways to keep bees.Beekeeping At The End Of The Earth is a practical insight into cool climate beekeeping with a focus on Tasmania, our island home.Richly illustrated with unique di...
    Disponible

    45,16 €

  • Ekovitrin The First 500
    “Within the last 5 years, Turkish universities started to rank among the fist 500. The reson of this is obvious, because our patent number and R&D activities increased. It shows its face to us as an indicator of the value political pover gives to R&D, technology, innovativeness, and informatics.” ...
  • Unleashing Creative Genius
    David Reid / Mandi Sonnenberg
    How can we better prepare our current generations of learners to enjoy fulfilling, creative 21st century careers?STEAM Studio was developed to offer students an alternative form of learning that would function as an overlay to traditional classroom education. We bring students into a professional architecture studio that applies STEAM (science, technology, engineering, art, mat...
  • Be the One for Kids
    Ryan Sheehy
    One person can make a difference.That person can be you. “I want to show others that one person can make the difference in a child’s life. I want all educators, parents, coaches, and everyone in between to know they have power to Be the One for Kids.” —Ryan Sheehy If you ever feel like you’re all alone or think that no one gets you, just imagine how your students feel. Kids wan...
    Disponible

    27,99 €

  • Handbook of Research on E-Learning Standards and Interoperability
    As the e-learning industry continues to expand and the methods and tools necessary to create and maintain content and infrastructure applications become more complicated, there is an inherent need for these applications to interoperate and exchange data in order to better support the needs of learners and educators. Handbook of Research on E-Learning Standards and Interoperabil...
    Disponible

    348,32 €

  • A Handbook for Beginning Choral Educators
    Walter Lamble
    ...

Otros libros del autor

  • A Porta Da Sabedoria
    Thiarles Soares Silva
    Difícil é falar da sabedoria, porque há muita diferença de quando falamos de uma sabedoria para outra, e usamos a mesma palavra para dizer o mesmo. Sabedoria não é falar bonito; não é ser bastante inteligente num assunto específico, um experto; não é ter a pretensão de dizer grandes verdades externamente. Sabedoria é internalizar uma experiência que dialoga com a realidade, faz...
    Disponible

    23,40 €

  • Jardim De Quaresma De Um (im)penitente
    Thiarles Soares Silva
    Difícil é escolher o caminho da poesia, quando esta não se mostra razoável a um ser. Tampouco é fácil assinalar uma conduta de devaneio, em que a poesia ganha o ar melancólico do vazio e da busca de um sentido no deserto vivente. A poesia da juventude tem a vantagem da novidade, para si e para o mundo, mas é sempre uma nova descoberta que não há nada de novo debaixo do Sol. Ass...
    Disponible

    15,08 €